Localização de Penedono e das áreas com os Castanheiros mais antigos

Localização de Penedono em Portugal

Localização das Antas no Concelho de Penedono

Manchas de Castanheiros Centenários localizados nas Antas

Castanheiros Centenários do Concelho de Penedono

A seguir apresenta-se uma lista dos castanheiros centenários inventariados durante as saídas de campo. Clique em cada um deles para obter mais informação:



#1 - Castanheiro Centenário nº1 - Castanheiro da Guerra


#2 - Castanheiro Centenário nº2


#3 - Castanheiro Centenário nº3


#4 - Castanheiro Centenário nº4


#5 - Castanheiro Centenário nº5


#6 - Castanheiro Centenário nº6


#7 - Castanheiro Centenário nº7


#8 - Castanheiro Centenário nº8


#9 - Castanheiro Centenários nº9


#10 - Castanheiro Centenário nº10

Castanheiro Centenário nº1 - Castanheiro da Guerra

Castanheiro Centenário nº 1 - Castanheiro da Guerra

Altura: 17m
Perímetro: 12,80m

Diâmetro: 4,10m

Localização: 40º 56’ 26.5’’N,  7º 22’ 25,54’’ W

Altitude: 813m

Sem doenças.

Fotografias:

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Castanheiro Centenário nº2

Castanheiro Centenário nº 2

Altura: 10m
Perímetro: 4,96m

Diâmetro: 1,58m

Localização: 40º 56’ 28,7’’ N, 7º 22’ 24,9’’ W

Altitude: 813m

Sem doenças

Fotografias:

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Castanheiro Centenário nº3

Castanheiro Centenário nº 3

Altura: 12,5m

Perímetro: 5,14m

Diâmetro: 1,64m

Localização: 40º 56’ 31'’ N, 7º 22’ 31,9’’ W

Altitude: 820m

Sem doenças

Fotografias:

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Castanheiro Centenário nº4

Castanheiro Centenário nº 4

Altura: 12,6m

Perímetro: 5,52m

Diâmetro: 1,76m

Localização: 40º 56’ 31.3'’ N, 7º 22’ 32.3’’ W

Altitude: 820m

Sem doenças

Fotografias:

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Castanheiro Centenário nº5

Castanheiro Centenário nº 5

Altura: 12,5m

Perímetro: 4,14m

Diâmetro: 1,32m

Localização: 40º 56' 31'' N, 7º 22' 33'' W

Altitude: 820m

Sem doenças

Fotografia:

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Castanheiro Centenário nº6

Castanheiro Centenário nº 6

Altura: 12,5m

Perímetro: 4,61m

Diâmetro: 1,47m

Localização: 40º 56' 31.4'' N, 7º 22' 33.4'' W

Altitude: 820m

Sem doenças

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Castanheiro Centenário nº7

Castanheiro Centenário nº 7

Altura: 17,77m

Perímetro: 3,98m
Diâmetro: 1,27m
Localização: 40º 56' 33.3'' N, 7º 22' 45.7'' W

Altitude: 833m

Sem doenças

Fotografia:

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Castanheiro Centenário nº8

Castanheiro Centenário nº 8

Altura: 13,63m

Perímetro: 6,9m

Diâmetro: 2,2m

Localização: 40º 56' 33.1'' N, 7º 22' 44.7'' W

Altitude: 833m

Sem doenças

Fotografia:

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Castanheiro Centenário nº9

Castanheiro Centenário nº 9

Altura: 16,66m

Perímetro: 7,19m

Diâmetro: 2,29m

Localização: 40º 56' 34'' N, 7º 22' 44.7'' W

Altitude: 833m

Sem doenças

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Castanheiro Centenário nº10

Castanheiro Centenário nº 10

Altura: 10m

Perímetro: 4,55m

Diâmetro: 1,45m

Localização: 40º 56' 33.2'' N, 7º 22' 46.7'' W

Altitude: 833m

Sem doenças

Fotografia:

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Características gerais do castanheiro

O Castanheiro (Castanea sativa Miller) é uma angiospérmica dicotiledónea e da mesma família dos carvalhos (Fagáceas). É uma árvore de grandes dimensões, que pode atingir 45 m de altura e uma copa de 20 a 30 m de diâmetro. De folha caduca, nos primeiros anos (10, 15 anos) apresenta um tronco liso, sendo que, com o envelhecimento a casca fendilha, acabando por parecer estar torcido. Cresce rapidamente, mas a partir dos 60 anos o seu crescimento é muito mais lento. Pode viver mais de 1500 anos.
As folhas, que podem atingir 20 cm de comprimento e mais de 5 cm de largura, são em forma de lança e serradas, estando dispostas alternadamente sobre os ramos.
O desenvolvimento dos frutos (normalmente 3 castanhas) dá-se no interior dos conhecidos ouriços. A partir do início de Outubro os ouriços abrem e libertam as castanhas que caem no chão.
O Castanheiro prefere solos húmidos e bem drenados, ácidos e ricos em húmus. Os solos mais indicados são os profundos e os permeáveis, resultantes da decomposição do xisto e do granito.
Esta árvore adapta-se bem a diversos tipos de clima e altitude, podendo ocorrer até 1000 m (por vezes mais), mas prefere climas húmidos e suaves, sem temperaturas abaixo dos - 15ºC, tolerando no entanto, alguma secura.
O castanheiro é explorado essencialmente para fins culinários mas, adquire também interesse, para as populações, pela qualidade da madeira, que tem diversas aplicações: cestaria, tonéis, mobiliário, na construção para soalhos, portas e revestimentos.

O castanheiro no concelho de Penedono

A exigência do mercado de produtos de elevada qualidade e a preservação do património genético nacional levaram à criação de regiões demarcadas com Denominação de Origem Protegida: Castanha da Terra Fria, Castanha da Padrela, Castanha dos Soutos da Lapa e Castanha do Marvão. O concelho de Penedono integra-se na região demarcada “Castanha dos Soutos da Lapa”. Esta é uma região, que tem na castanha, um componente essencial da sua economia.

CASTANHA DOS SOUTOS DA LAPA – DOP"Castanha dos Soutos da Lapa" - castanhas obtidas a partir do castanheiro (Castanea sativa Mill), das variedades martainha e longal, produzidas numa determinada área geográfica. Estas castanhas têm de apresentar as características de qualidade, calibre, classificação, acondicionamento e rotulagem exigidas.
A variedade mais produzida e comercializada no concelho de Penedono é a Martaínha.




Variedade Martainha:
• Cor - castanho claro com algum brilho e estrias leves longitudinais;
• Forma - globulosa;
• Calibre - grande (60 a 70 frutos/Kg, em média)
• Aptidão para o descasque - muito boa;
• Compartimentação – marron, reduzida, algumas penetrações.

Variedade Longal:

• Cor - castanho avermelhado, muito brilhante e estrias escuras longitudinais;
• Forma - ovóide;
• Calibre - médio (70 a 95 frutos/Kg, em média);
• Aptidão para o descasque - muito boa;
• Compartimentação - marron, muito reduzida, poucas penetrações.

As variedades portuguesas de castanheiros são consideradas como as que produzem melhores castanhas, tendo uma excelente aceitação no comércio a nível mundial.

A castanha

Pensa-se que a castanha tem origem da Ásia, Balcãs e Cáucaso, tendo acompanhado a história da civilização ocidental, desde há mais de 100 mil anos. Os gregos e romanos já a incluíam nos seus banquetes e conservavam-na em ânforas com mel. Na Idade Média a castanha era bastante utilizada nas receitas dos mosteiros e abadias. Nessa época, era um dos farináceos mais importantes da Europa. A castanha acaba por chegar ao nosso país pela mão dos franceses aquando das Invasões Francesas.
Informação nutricional
A castanha é rica em hidratos de carbono, sem colesterol e contém sais minerais como o potássio, fósforo, cálcio, magnésio, cobre e manganês. Contém também aminoácidos e fibras. O conteúdo em água é cerca de 50%. A castanha é, assim, um fruto a para fazer parte integrante de uma alimentação equilibrada, durante todo o ano.
Tabela de composição nutricional (por 100g de porção) do miolo da castanha

Energía (kcal) 185
Água (g) 48,5
Proteína (g) 3,1
Lípidos (g) 1,1
Hidratos de carbono (g) 39,8
Vitamina A (μg) 11
Vitamina C (mg) 51
Folatos (μg) 61
Cálcio (mg) 20
Potássio (mg) 500
Magnésio (mg) 33

Doenças que afectam os castanheiros do concelho

   O concelho de Penedono é caracterizado pela cultura do castanheiro, que à semelhança de quase todo o país, tem vindo a ser ameaçado pela propagação das doenças, Tinta e Cancro, que podem causar a morte precoce da planta. Sabe-se que os responsáveis por estas doenças são os fungos Cryphonectria parasítica (Murrill) Barr. e Phytophhora spp., respectivamente. Apesar de todos os trabalhos de investigação ainda não existe um tratamento eficaz para nenhuma das pragas.

Doença da Tinta

A Doença da Tinta, deve o nome à cor negra, que a árvore adquire por baixo da casca na zona radicular, quando atacada. É uma das maiores ameaças à cultura do castanheiro. Sabe-se que a propagação se faz através da água de rega, da chuva, do transporte de terra e de material vegetativo infectado. As raízes com lesões provocadas por cortes constituem portas de entrada para o fungo. A morte dos castanheiros afectados pode ser progressiva ou repentina.

Manifestações da doença da tinta:

• Em pleno período vegetativo observa-se o emurchecimento e clorose das folhas a partir da extremidade dos ramos;
• A frutificação é muito afectada, os ouriços raramente dão frutos, e os que vingam não atingem, regra geral, as dimensões normais, sendo reduzido o valor comercial;
• Alguns ouriços e folhas podem ficar agarrados à planta durante o Inverno;
• Podridão do colo: a casca separa-se facilmente observando-se uma mancha de cor violácea escura em forma de cunha;
• As raízes ficam negras, acabando por se decompor;
• As raízes, em algumas situações, podem exsudar um líquido violeta ou azul escuro, uma tinta que dá o nome à doença.

Cancro do Castanheiro

O cancro do castanheiro está presente na Europa há várias décadas mas foi apenas detectado pela primeira vez, em Portugal, em 1989, na região de Trás-os-Montes. Esta doença só é detectado a partir do terceiro ou quarto ano após a plantação, é muito virulento e ataca a parte aérea da árvore de forma rápida e irreversível. O fungo infecta o castanheiro através de feridas no lenho, cortes de poda ou através da enxertia, sendo que os seus esporos são facilmente transportados pelo vento, pela chuva e por insectos.

Manifestações da doença:

• Existência de ramos secos na copa;
• Fendilhamento longitudinal da casca;
• Presença de pequenas pústulas alaranjadas ou castanho-avermelhadas no tronco e nos ramos;
• Rebentação adventícia abaixo da zona do cancro;
• Mancha de cor branco-amarelada em forma de leque sob a casca.

Livro de Receitas de Castanha

Este livro de receitas resultou de um trabalho de pesquisa dos alunos do Agrupamento.
Pretende demonstrar que existem outras formas de confeccionar a tradicional castanha sem ser única e exclusivamente assada.

A castanha na alimentação

A alimentação das populações resulta de factores de ordem natural e cultural. Os produtos disponíveis para a alimentação são influenciados pelas matérias-primas que se produzem na região, sendo resultado das características do solo e do clima.
O modo de consumir as castanhas foi evoluindo ao longo do tempo. Na pré-História seriam ingeridas cruas, mais tarde são conhecidos os pães de castanha ou pão dos bosques e pratos à base de castanha.




Castanha Crua


Com a chegada do Outono os ouriços abrem e as castanhas começam a cair, a época de colheita deste fruto varia entre Setembro e fins de Novembro.
A castanha requer lugares frescos, secos e bem ventilados. Antigamente enterravam-se as castanhas em covas, que eram cobertas por terra.
As castanhas cruas são, também, matéria-prima para as múltiplas formas de processamento, nomeadamente purés, farinha, conservas…
O valor nutricional das castanhas cruas é diferente das castanhas cozinhadas. No caso das vitaminas, a sua concentração máxima é encontrada nas castanhas cruas, atingindo o valor mais elevado na altura da colheita.




Castanha Assada


Há mais de mil anos que as castanhas também se consomem assadas, sendo um alimento de eleição dos produtores e lenhadores.
A castanha assada apresenta diferentes formas de se preparar, embora o resultado final seja semelhante. São indispensáveis boas brasas, o golpe na castanha, para não rebentar, podendo ser assadas directamente em fogueiras realizadas ao ar livre, no chão da lareira, em assadores colocados por cima de brasas ou no forno.
Castanha Cozida
As castanhas cozidas podem ser comidas de imediato ou então utilizadas na confecção de outros pratos (caldos, sopas, purés, doçaria e acompanhamento de pratos de carne e de peixe). São sempre previamente lavadas e golpeadas, colocadas a cozer em água com sal, e, normalmente, com ervas doces. Devem ser descascadas logo após a cozedura.




Castanha Pilada


A forma mais tradicional de conservar as castanhas era submetê-las à secagem em caniços sobre a lareira, o tempo médio de secagem era de 8 dias. Depois de secas, as castanhas eram piladas em cestos altos e arredondados. A seguir fazia-se a limpeza das castanhas.
As castanhas piladas eram conservadas até Abril ou Maio em caixas de madeira, nas quais se estendia previamente um plano de linho. Das castanhas piladas também se fazia farinha de castanha para a confecção de produtos alimentares tradicionais.




Farinha de Castanha


A farinha de castanha, fina e branca, com pontos acastanhados, era obtida nos moinhos tradicionais a partir de frutos bem conservados. Com a farinha de castanha, muitas vezes misturada com a de cereais, fazia-se pão cozido no forno a lenha, sobre folhas de castanheiro.

Apresentação do Projecto - Fundação Ilídio Pinho